[...] Corro os olhos pelos cantos, mas sinceramente não sei o que de fato estou procurando. Essa melodia não sai da minha mente, mas eu sei que não posso classificá-la. É errado, é precipitado, e minha experiencia não me permite ser fraco, e ser inocente a esse ponto. Não posso me permitir sair devastado de algo que já sei o quanto é incerto desde o principio. Em algum lugar escondido deve haver um manual, mas simplesmente insisto em ignora-lo.
Não fique recordando cada instante, ou cada lembrança. Seu sorriso sincero, seu olhar penetrante, e o leve, mas notável levantar de uma sobrancelha não vai quebrar minhas barreiras. Agora estou diante de um espelho, e meu reflexo implora para ir com calma, e não cometer os mesmos erros do passado. Mas talvez agora seja tarde de mais, eu não devia ter me permitido envolver como já estou envolvido, erro, erro, eu devia ter aprendido com o passado, mas continuo sendo o mesmo no final das contas. E um novo alguém novamente se tornou minha maior inspiração.
Suas curvas me deixam intrigado, e eu nem sei porque estou levantando isso agora. Me senti abandonado a noite toda, ou simplesmente alimentei as expectativas do que estava por vir, pois estava com todas esperanças possíveis nesse momento. Estou desnorteado ainda, eu nem sei como vim parar aqui, mas minha mente quando o sol raiar vai latejar, porém eu não me importo nenhum pouco, pois a primeira pessoa que vi ao abrir os olhos está li.
Encostada em um beiral diante ao céu negro da madrugada, com um olhar a deriva, e um cigarro nos lábios, o antigo de mim perderia o total encanto a partir de agora, mas o novo vê com outros olhos, e na verdade ate considera um pouco de charme e rebeldia nisso tudo. Levanto-me rápido de mais para minha capacidade, e sinto meu corpo balançar a cada passo, talvez esteja andando nas nuvens. Isso é mesmo possível? Aproximo-me, e tento conter minhas vontades, pois talvez ainda não seja o lugar nem o momento. Mas eu quero ouvir sua voz, eu quero que me toque, eu quero ver seu sorriso.
Histórias de verão sem sentido, e talvez eu realmente não lembre, ou não me importe de verdade, mas sua voz soa com uma melodia encantadora, e eu já estou envolvido novamente, droga, não seja assim.
Sou puxado pelo braço, e atravesso um corredor, meu medo me consome, eu sei qual será o próximo ato, não sou mais tão inocente assim, mas porque ainda estou tão receoso? A tranca é aberta, e entramos em um quarto espero, e tudo o que vejo é o brilho dos seus olhos, e quando me dou conta já estou entregue ao calor do momento.
Você é tão hipnotizante que me faz sorrir enquanto eu durmo, me faz flutuar, eu queria ser um pouco mais contido, mas não tenho mais controle, e não posso deixar de me permitir viver tudo o que é oferecido, pois não posso me arrepender de ter tentado, ter arriscado, e jogado todas minhas cartas. Onde isso me levará?
Estou diante a uma porta de alumínio, e sei que me levará a saída, e que tenho um turbilhão de responsabilidades atras dessas paredes, mas se eu pudesse eu simplesmente esqueceria tudo, e congelaria esses momentos finais.As portas se abrem, e eu entro, e meu medo me consome por inteiro, pois isso quer dizer muito, entro e olho para você, seu sorriso, o levantar da mão para acenar para mim, e essa piscadinha que quer dizer "Ate logo!" me deixa desnorteado e sem radar.
Não é o momento para deixar seu lado inseguro, aflito, hipérbole, apaixonado falar mais alto, jovem! Então apenas caminho para minha realidade, e vamos esperar pelos próximos sonhos. [...]
Atenciosamente,
Lobo Solitário - LionHeart
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