domingo, 4 de maio de 2014

Eles Não São Você ~*


[...] Eles não são você! - Peyton Sawyer.
Já era dito, e eu tentava entender o verdadeiro significado da frase quando acompanhava aos episódios de OTH, ela dizia isso diversas vezes, e ate chegou a fazer um desenho para Lucas, que era seu grande amor. Com o decorrer dos anos eu pensei ainda mais nesta frase, e acredito que cheguei a uma conclusão, não baseada na serie, mas sim na minha própria vida.
Quando pequeno eu costumava ser o garoto atentado que ninguém queria que fosse visitar sua casa, era um verdadeiro demolidor, era apenas uma criança melhor explicando, e quem não fora? Dizem que quando as crianças aprontam elas estão apenas se divertindo e conhecendo o mundo, pois são saudáveis e tem que usufruir dessas oportunidades, pois muitas não podem. Mas apesar de muito jovem, e considerado alguém inocente que não entende certas coisas, eu entendi.
Diversas vezes eu peguei meus tios falarem mal do meu pai, e sim, talvez ele merecesse um terço dessas criticas, mas poxa, poderiam ter falado isso na frente dele para que ele pudesse se defender, mas não. Deste de então eu criei um receio sobre o assunto 'família', pois todos guardam segredos.
Um outro episodio fora quando sem querer acabei machucando meu avô, e eu sei que ele não levou em consideração (mentira!), ele disse que estava tudo bem, mas é claro que não estava, eu havia acabado de cortar seu braço, e todos estavam por perto, e mesmo sabendo que eu não havia sido o único culpado, disseram: "Tinha que ser ele, ele é um capetinha!" - Lembro-me de ter chorado naquele dia, estava realmente magoado, pois poxa, eu não era um garoto ruim, e ninguém parecia notar isso, fora meus pais. (Enfatizem no drama se quiserem, pois as vezes eu apelo um pouco)
Quando alguma coisa era quebrada eu era o culpado na maioria das vezes, e mesmo sem nem estar perto do lugar, poxa, EU ERA APENAS UMA CRIANÇA! Mas mesmo assim ouvi comentários do tipo: "Você devia ter trago uma coleira para seu filho!" 
Um caso especial fora ouvir que eu não merecia ir viajar, e ser transportado e uma cidade para outra, pois era UM GAROTO RUIM.
Eu não era uma garoto ruim, sempre achei isso, e hoje tenho certeza, mas nessa época teve momentos que eu cheguei a questionar se era mesmo ou não.
Hoje percebo que muita coisa mudou, e agradeço por ter amadurecido e ter recolhido as melhores coisas disso tudo. Mas me incomodo muito ainda quando dizem que mudei, e mudei de mais. Pois, querendo ou não acabei me tornando alguém um pouco mais fechado e reservado, e que passa boa parte do meu tempo no meu mundo fechado. Demoro muito, mas muito tempo mesmo para me sentir seguro em qualquer lugar que esteja.
E ouvir novos comentários sobre como eu era, e como eu sou é estranho, pois todos as vezes agem como se ainda fosse aquele garoto terrível, mas eu estou tão distante dessa realidade hoje. E sim, eu aprendi que palavras machucam mais do que boas surras, pois as marcas são temporárias, mas palavras são imortais.
Eu guardo pensamentos, histórias, pontos de vistas para mim mesmo na maior parte do tempo, pois sei que não vou ser compreendido mesmo, e vão querer discutir ate que me renda e diga: "Você tem razão!"
Quando mais novo eu adorava entrar nesses tipos de discussão com meu pai, pois pensamos relativamente diferentes, e eu não concordo com muitos pontos que ele considera como principios certos, mas de um tempo para cá aprendi que gastar saliva para algo que já esta perdido não vai nos levar em lugar algum, pois ele não mudará, e eu não desistirei do que acho certo.
Palavras deixam marcas... Marcas imortais... Marcas irreparáveis...
Mas eles não são você!
Demorei algum tempo para perceber isso, mas hoje acredito que estou evoluindo, pois não estou deixando me afetar tanto com a falta de consideração de algumas pessoas, ou com comentários fora de questão, pois eu estou descobrindo quem sou realmente. Não sou mais aquele garoto que deixava de viver por conta da opinião dos outros, mas sim estou abraçando as oportunidades, e a cada dia descobrindo que tenho potencial para muito mais!
E sim, ELES NÃO SÃO VOCÊ! - Ela tinha razão [...]



Atenciosamente;
HG'

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