[...] Meus olhos passam diante essas letras redondas, meus pensamentos viajam por uma longa jornada. Eu não sei onde tudo parece ter mudado, e de maneira tão de repente, mas tudo foi acontecendo, e aqui estamos nós. Eu corria de um lado para o outro tentando me libertar de todos meus fantasmas, mal sabia eu que coisas piores estavam por vir. Acreditava que no fim daquele corredor, bem depois das portas de alumínio tudo poderia ser diferente, mas como estava errado. Costumava pensar que tudo seria mais simples, e que descobriria que na verdade o mundo apenas me abriria portas, mas venho descobrindo que a vida não é um conto.
Eu gostava da ideia de um mundo novo, e no seu mundo, estava próximo de fazer a diferença, mas hoje não faço parte de nenhuma imensidão paralela, pois tudo muda quando crescemos, e algumas respostas veem a tona, dolorosamente. Não nós tornamos quem pensaríamos que seriamos a muito tempo atrás, ou pelo menos eu não me tornei. A felicidade era um conceito mágico e limitado, eu precisava estar próximo de você, precisava acreditar que poderíamos divagar juntos, mas o destino me provou que as coisas não funcionam como imaginamos quando somos realmente jovens.
Não estou preso ao passado como parece, mas questiono cada passo anterior friamente e questiono as hipóteses, e agradeço por ter acontecido do modo que aconteceu. Sinceramente minha vida é rodeada de MAS, SE, TALVEZ, e antes me incomodava, hoje não me abalam como antes.
O maior problema em consolar alguém que amamos é que sempre esperamos ser consolados pelas mesmas pessoas, e não que certas lembranças se dissipem com o decorrer dos anos. Eu me lembro daquelas lagrimas soluçadas, eu lembro que tudo o que mais queria era te abraçar e dizer que tudo ficaria bem, e espera, eu fiz isso, mas tanta coisa aconteceu após isso, e onde você estava esse tempo todo?
Algumas pessoas costumam dizer que eu me apaixono todos os meses, e eu apenas sorriu e digo: "Não é bem assim..." - E na verdade realmente não é.
Eu encontrei uma desculpa para isso, vamos lá:
"Dex, ele é um cara sonhador, afobado, e muito talentoso, e talvez ele nem ao menos saiba disso. É um tanto imaturo a maior parte das vezes, e nas outras apenas se faz para se esconder de quem realmente é. As vezes acaba sendo egoísta e passando por cima de todos que ama, mas não faz por mal, pois é apenas uma maneira errada de se proteger.Bom, e uma característica é que sempre esta se apaixonando por alguém."
Bom, Dexter é um personagem fictício do livro Um Dia, que para variar é meu romance favorito. Eu me identifico muito com ele hoje nesse aspecto, pois cheguei a conclusão que ambos nos apaixonamos sempre, como se estivéssemos nos reciclando, pois temos um grande medo de nos apaixonarmos pela pessoa certa e não sermos correspondidos, e acabarmos sofrendo, de modo que usando desse artificio acabamos escondendo a dor.
Com o tempo você aprende que algumas pessoas não são merecedoras de nenhuma lagrima sua, e muito menos nenhum vestígio de dor, mas sim, que você as prove, ou melhor nem é preciso provar nada a ninguém desde que você esteja ciente de que merece algo melhor.
Lembranças... Momentos... Lembranças... Recordações... Saudades...
Lembro-me dos pactos que criei por medo de ser esquecido, ou acabar cair no esquecimento daqueles que enxergava como peça fundamental na minha vida, e hoje eu percebo que quando as pessoas são destinadas nada muda, ou melhor quando os laços que as unem são fortes e sinceros jamais são quebrados. Mas para que isso seja realmente verdade é preciso que ambos os lados tenham o carinho, amor, respeito e a consideração para que seja mantido um pacto, sem ser chamado de PACTO, algo que pareça obrigatório e sufocante.
Hoje... Agora... Nesse momento, eu noto que promessas feitas com inocência são intensas, bom... Por hoje chega! [...]
"Olho nos seus olhos, e vejo uma chance de deixar fluir tudo o que sempre esperei, e cansei de esperar, não esqueça, mesmo que em breve pareça um sonho, deixe eu te olhar." - Guedes
Atenciosamente,
HG'
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